sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O tiro do inferno sai pela culatra


Lembra-se de Sara, a esposa de Abraão? Deus prometera-lhe um filho, mas ela permaneceu estéril durante décadas. Satanás usou um berço vazio para suscitar tensão, dissensão e dúvidas. À primeira vista, ele usaria Sara como uma evidência de que não se pode confiar em deus. No final, ela mostrou exatamente o contrário. Imaginar Sara numa maternidade, aos noventa anos, tem convencido milhões de que Deus reserva o melhor para o final.
E quanto a Moisés? Satanás uivou de deleite no dia em que o jovem príncipe fugiu do Egito e das pessoas que deveria libertar. Achou que arruinara o plano de Deus, quando na realidade jogara a favor de Deus. O Senhor usou a derrota para fazer humilde o seu servo, e o deserto para treiná-lo. O resultado apresentou-se perante Faraó quarenta anos mais tarde: um sazonado Moisés, que ensinaria o povo a ouvir a Deus e a sobreviver no deserto.
E Daniel? A visão do melhor jovem de Jerusalém sendo levado cativo aparentou ser uma vitória para Satanás. A estratégia do Inferno era isolar o rapaz. Novamente, o tiro saiu pela culatra. O que Satanás pretendia como cativeiro, foi usado por Deus como realeza. Daniel foi solicitado a servir na corte do rei. O homem que Satanás procurou silenciar passou a maior parte da vida pregando o Deus de Israel, e aconselhando os reis da Babilônia.
Pense a respeito de Paulo. Satanás esperava que a prisão silenciasse-lhe o púlpito, e esta o fez. Mas com isto, disparou-lhe a pena. As cartas aos Gálatas, Efésios, Filipenses e Colossenses foram todas escritas na cela de uma prisão. Você consegue visualizar Satanás chutando o lodo e rosnando através dos dentes, cada vez que alguém lê estas epístolas? Pedro é outro exemplo. Satanás procurou desacreditar Jesus, incitando Pedro a negá-lo. Porém o plano teve efeito contrário. Em vez de ser um exemplo de quão longe pode cair um seguidor, Pedro tornou-se um exemplo do quão longe pode estender-se a graça de Deus.
Repetidas vezes a Bíblia deixa claro quem realmente dirige a Terra. Satanás pode emproar-se e pavonear-se, mas é Deus quem designa os tiros.
Ainda é difícil imaginar como seu esforço pode levar a algum bem? Se ainda é difícil, a um último exemplo. Não querendo fazer pouco do seu conflito, devo dizer que ele é moleza comparado a este outro. Um Salvador justo e puro foi coberto de pecado. O Autor da vida foi posto na caverna da morte. A vitória de Satanás parecia certa. Finalmente, o diabo havia marcado ponto para o lado dele. Não havia apenas marcado, mas abatido o herói, deixando-o no chão. O diabo tinha atacado a todos, desde Sara até Pedro, mas dessa vez tinha acertado. O mundo inteiro tinha visto. A dança da vitória tinha começado.
Porém, de repente, houve uma luz no túmulo, e um ruído de rochas. Então, o drama da sexta-feira emergiu como o Salvador de domingo, e Satanás compreendeu o papel que desempenhara. Ele havia sido uma ferramenta nas mãos do jardineiro. Todas as vezes que ele pensará estar derrotando o Céu, na verdade o estava ajudando. Deus quis provar o seu poder sobre o pecado e a morte, e foi exatamente o que fez. E sabe quem ajudou? Mais uma vez a jogada de Satanás favoreceu o plano de Deus. Só que desta feita ele não deu ao Céu alguns pontos; deu-lhe a vitória.
Jesus emergiu como o vencedor.
“Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho. Ainda que caia não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão” (Sl 37:23,24). È um terno pedido de um filho ao Pai. Os escorregões nos ensinam que o andar é traiçoeiro demais para se fazer sozinho. Então, colocamos nossa mão pequena em Sua grande mão, e dizemos: “Por favor, Aba, guarda-me do mal”.


Max Lucado (Livro A Grande Casa de Deus)

0 Comments: